Pacotinho do Escritor 📦

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Quando você entra no personagem de um jeito muito errado 😤

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Passei uns dias na Malásia, vestida como uma mulçumana e vou contar essa história pela primeira vez.

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Ana Stokes
jun 27, 2024
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Quando você entra no personagem de um jeito muito errado 😤
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Há 10 anos, fiz uma viagem muito louca para a Malásia. Foi a minha primeira viagem depois de me mudar para o Japão e esse era um pedacinho de mundo completamente desconhecido para mim.

Nesta época, eu tinha um namorado japonês que fez intercâmbio no Brasil. Por causa dele acabei indo para Osaka e meses depois de chegar na terra do sol nascente, ele veio com a ideia de que a gente podia fazer uma viagem para um país próximo e barato.

Eu não sei como a Malásia se tornou a melhor opção, mas a gente foi e no primeiro dia, eu descobri algo que eu não sabia sobre esse país: a população é mulçumana. Na verdade, eu não sabia nada sobre a Malásia, nem a bandeira ou a comida ou a cultura e os costumes.

Logo no primeiro dia, uma situação começou a me deixar muito desconfortável. As mulheres todas usavam burca, mas estava quente e eu, brasileira como sou, andava de blusinha de alcinha ou shorts. As minhas roupas, o fato de que o meu corpo aparecia demais para os padrões malaios, acabou fazendo eu chamar uma atenção que eu não queria.

E então, tive essa brilhante ideia de passar uma parte da viagem vestida como uma mulher mulçumana. Isso me permitiria desaparecer no meio da multidão, não ser notada por ninguém e eu teria uma experiência nova e única. Não tive nenhum sentimento desrespeitoso com a religão ao fazer isso, pelo contrário, eu poderia entender um mundo que eu não conhecia e que jamais teria a oportunidade de vivenciar.

Não vem ao caso todos os motivos agora, o fato é que eu aprendi uma lição a duras penas:: se for entrar no personagem, faça bem feito. E a minha ideia de passar despercebida sequer funcionou: eu ainda passei por uma situação bem constrangedora.

Uma foto bem aleatória dessa viagem. Setembro / 2014.

Como eu fui desmascarada

Vestida como uma mulher mulçumana, fui com o meu namorado até um airbnb que a gente tinha reservado. Era um quarto na casa de um homem malaio. A gente chegou e ele me olhou dos pés a cabeça, explicou sobre a hospedagem e antes de nos deixar no quarto, fez a pergunta que eu não estava esperando ninguém fazer.

“Você é mesmo mulçumana?”

Eu olhei para ele sem saber se era melhor mentir ou falar a verdade. Acabei contando que não, que estava vestida daquele jeito para não chamar atenção e ele me disse com bastante seriedade:

“As mulheres mulçumanas não andam de mãos dadas na rua com nenhum homem. Tome muito cuidado, isso pode te trazer sérios problemas”.

Na manhã seguinte, abandonei a burca e voltei a ser eu mesma. Ele tinha razão: colocar uma burca sem ser de fato mulçumana foi uma ideia ruim desde o início: eu não conhecia nada daquela cultura religiosa e não me dei ao trabalho de pesquisar.

Entrei em um personagem sem pensar muito, deixei furos no meu enredo. E com essa história eu vou te explicar qual é o jeito certo de entrar no personagem e como fazer isso sem um alto nível de consciência pode deixar a sua história completamente inverossímil. Como eu sempre digo, convencer o leitor é a base de tudo e quanto menos você entende sobre isso, mais erros você comete e acaba comprometendo toda a sua obra.

Esse é um conteúdo ouro para os meus escritores VIPs. Você vai entender o que significa entrar na pele de um personagem e como fazer bem feito, como criar algo que realmente vai deixar o leitor convencido e interessado. Uma narrativa envolvente tem muito realismo, mesmo que seja fantasia pura, a sensação de ser real é o que faz a mágica acontecer na mente do leitor.

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